sexta-feira, 26 de julho de 2013

Transcendência e Repartições de Finanças

Há quem comungue em igrejas, o Javali comunga em repartições das Finanças.
Trata-se de uma prática recente. Desde o último 13 de Maio, para ser mais específico, também conhecido como o dia em que o Javali viu a luz.
Na verdade, foi coincidência pois a prática recente de 'dijei-ing' fazia com que o Javali visse poucas vezes a luz do dia.
No dia em questão, o Javali foi convocado pela Autoridade Tributária e Aduaneira para se apresentar na repartição de finanças da sua área de residência, de modo a explicar divergências no seu IRS.
E o que parecia um dia normal das finanças: espera, espera, espera, "Ai, esse problema não se resolve aqui, meu senhor! Tem que subir até ao 3º andar, virar duas vezes à direita, quatro à esquerda, caminhar até ao fundo do corredor, descer as escadas até este andar e dirigir-se ao guichê aqui ao lado. Como não percebeu? Pffff!" Espera, espera, espera. "Não, não! Como é óbvio não é aqui! Tem que fazer o percurso inverso e voltar a este guichê, iniciando a conversa com as palavras certas, de modo a eu entender." Mais espera, um copo de água com açúcar e sair de lá volvido um mês: depressa se tornou num dia especial.
Quando cruzou a porta de saída, o Javali reparou que os funcionários que o atenderam estavam no momento de pausa, a chupar SG Ventil's. E foi uma revelação: eles movimentavam-se como pessoas normais e não em câmara lenta, falavam e não grunhiam e, cúmulo dos espantos, sorriam!
O Javali inexplicavelmente estava inundado por uma felicidade pura.
Isto significava a presença de algo transcendente dentro de portas das Finanças. Algo que, de certa forma, sugava a vida dos funcionários e os transformava em mentecaptos com sintomas de idiotia. Eles só podiam estar ao serviço de algo maior.
Desde então, o Javali foge ao fisco, de modo a ser frequentemente convocado para o seu templo de espiritualidade.

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