terça-feira, 17 de março de 2015

Jardins: a vergonha de Portugal


A prestigiada editora Phaidon editou um livro sobre jardins e escolheu 5 exemplos portugueses para figurar dentre os 250 melhores do mundo. Algo que, aparentemente, nos devia encher de orgulho, é mais uma afronta para o nosso país.

Ora, vejamos.

Existem 193 países no mundo o que, para 250 jardins, daria equitativamente 1.29 jardins por país. Porém, se retirarmos os países de África (55) que, como é óbvio, não possuem jardins, passamos a contar com 138 países. Retirar África obedece a uma questão lógica, nada racista. Os jardins são um luxo. Um continente não pode investir num arquitecto paisagista quando não tem dinheiro para arroz!

Vamos retirar desta equação os países com invernos rigorosos, um clima que não permite a manutenção de belos jardins: a Rússia, os países bálticos, a Mongólia, o Nepal, o Canadá, a Islândia, a Europa de Leste, outros que não me lembro agora e os países escandinavos, com excepção da Suécia. A Suécia também é para retirar, mas não pelo clima - é que eles usam a madeira dos jardins para peças do IKEA. Sobra-nos cerca de 100 países.

A América do Sul sai toda também. O que eles têm para lá é aquela beleza natural das Amazónias e Patagónias sem qualquer intervenção do homem - um nojo! Menos 12. Estão a acompanhar a matemática da coisa? Espero que não, ou são maus portugueses.

Os Estados Unidos saltam fora. O maior monumento que eles lá têm é um buraco no meio do deserto e estão a cagar-se para o meio ambiente. Atenção, nós também temos um grande buraco e não estou a falar das contas do BES. A Érica Fontes faz frente ao Grand Canyon e já muitas pessoas se perderem na sua imensidão.

A Austrália também não faz parte. Os jardins são feitos para uma pessoa apreciar a natureza e para poder passar um dia descansado. Um país que, no ranking de animais perigosos, ocupa os primeiros 100 lugares no top 10, não faz jardins. Está um gajo a ler o último do Dan Brown no banco do jardim, totalmente absorvido pela trama e, de repente, é comido por um crocodilo. Enquanto não conseguirem domesticar crocodilos e fazê-los comer pessoas só após estas terminarem o último capítulo, não vão a lado nenhum na construção de jardins.

Da Nova Zelândia nem vale a pena falar. Um país que tem paisagens lindíssimas mas, depois de ver O Senhor dos Anéis, tenho para mim que aquilo é tudo criado em computador.

O resto da Ásia também não conta. Índia nem saneamento básico tem; Indonésia, Vietname, Tailândia e arredores, só se tiverem jardins aquáticos, tal a quantidade de tsunamis; e o Japão, depois de Fukushima e com a actividade sísmica do país, deve ter jardins esbeltos, de acordo com os padrões extra-terrestres.

O que é que sobra? Portugal, Espanha, França, Holanda, Reino Unido e Malta.
Espanha tem espanhóis, o que desclassifica logo à cabeça. O ruído é insuportável.
França tem pessoas a falar francês e passear por Versalhes é giro e tudo mais, mas ouvir constantemente "Oh la la!" é como namorar com a Scarlett Johanesson e ela ter a voz da Heloísa Apolónia. É bom de ver mas irrita constantemente.
O Reino Unido tem bons jardins mas não tem sol, o que significa que os jardins são pensados ou para sem-abrigo, ou bêbedos, ou pedófilos.
Quanto aos jardins da Holanda, nada a apontar. São maravilhosos: tulipas, arco-íris e unicórnios. Uma vez, vi um jardim holandês na minha sala. E flutuava. E cantava músicas dos Abba em suaíli.

No que diz respeito a Malta, não tenho nada a apontar, até porque não sei nada sobre Malta. E só sei que é um país por causa dos jogos sem fronteiras.

O que é que isto significa? Que os 250 melhores jardins do mundo deviam ser distribuídos entre Portugal e Malta. 125 para cada um. E quantos é que foram reconhecidos? 5! É um escândalo! Nós temos os melhores jardins do mundo, excluindo um ex-administrador do BCP e um outro, que é a rainha do carnaval do Funchal. É pedir ajuda à NATO para declarar guerra a Malta, com os seus 245 melhores jardins do mundo. Palhaços maltenses... ou maltiços... ou malteses!

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