sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Paredes de Coura - 2002, sempre!

Está a decorrer Paredes de Coura, o festival do meu apreço. Lembro-me de, em 2002, conhecer dois punks que andavam pelo acampamento: um com uma guitarra que tinha apenas duas cordas, e o outro com uma tarola e um prato de choque. Paravam de quando a quando para tocar dois minutos sempre a abrir e continuavam caminho, como se nada se tivesse passado. Não pediam dinheiro, aquilo era a cena deles.
Eles estavam acampados ao meu lado e conversámos longas horas, sem contar com as que não me lembro. E contaram-me esta história, no mínimo, mirabolante. Se é verdade ou não, não sei. Mas se fosse inventada, creio que eles se teriam em melhor conta. Eis o que se passou (vai na primeira pessoa):
"Eh pá, no ano passado fomos assaltados. E connosco dentro da tenda. Como? Olha, estávamos a chegar, já depois dos concertos, todos mamados, diga-se!, e vimos 4 pés à saírem da tenda. Com o vinho, nem percebemos muito bem e, meio no gozo, acho que fui eu que disse:
- Ó meus, estão todos fodidos! Essa tenda não é a vossa!
E um deles respondeu:
- Ena pá, desculpa lá! É que foi mesmo engano.
Verdade seja dita, nunca pensámos que os gajos nos estivessem a assaltar. E o que é certo é que os convidámos a malhar mais uma garrafinha de branco. E assim foi: mais uma história de irmandade em festival. O vinho que nos une. Quando acordámos no dia seguinte, nem sacos-cama restaram. Só deixaram a máquina fotográfica, daquelas descartáveis, e as escovas de dentes. Faltava 1 dia para terminar o festival e ainda curtimos, de dentes lavadinhos. O pior foi quando chegámos a casa. Mandei revelar as fotos - concertos, finos, amigos, amigas... - e a última era dos gajos, com as escovas no cu."
Bom festival, cambada!

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