terça-feira, 25 de novembro de 2014

Eneias e a bifana germinal

Eneas fugindo de Tróia de Pompeo Batoni, c. 1750
- Pscht, Augusto. Chega aqui.
- Quem, eu?
- Sim, Augusto, tu. Chega aqui.
- Mas eu não me chamo Augusto.
- Não te chamas Augusto, agora! É claro que sim! Traz-me uma bifana.
- Ó homem, você não deve estar nada bem.
- Estou mais que bem. Agora, neste preciso momento, vejo tudo e mais alguma coisa. Entretanto, deu-me a larica. Traz lá uma bifaninha; e um príncipe.
- Ó homem, já viu onde está? Já olhou à sua volta? Acha que num departamento das finanças vendemos bifanas?
- Se não têm, deviam ter! Sabes tu, porventura, o que era isto antes de ser as finanças?
- Deixe-me adivinhar: uma casa de bifanas.
- Nem por sombras. Não era, de forma nenhuma, "uma" casa de bifanas - era "a" casa das bifanas; onde tudo começou - chamava-se Roma, a bifana germinal.
- Como já reparou e eu lhe confirmei, aqui, agora, neste momento, isto é "uma" repartição das finanças.
- Queres com isso dizer que não honram a história do local?
- "Honram a hist"... como assim?
- Se não guardam nas arrecadações bifanas de antanho?
- Claro que não! Mesmo se o fizéssemos, deviam estar muito boas, deixe estar...
- Pois, boas ou não, seriam sempre originais; as legítimas representantes de todas as bifanas do mundo, as líderes incontestadas das bifanas...
- Segurança!

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