sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Se Medeia fosse de Valongo

Medeia de Eugène Delacroix, 1838

MÃE CONFESSA CRIME

 Melinda Dulcineia confessa a autoria do assassinato dos seus dois filhos

 

Confirmou-se a pior e mais surpreendente das hipóteses: as duas crianças encontradas numa casa de banho pública de Valongo foram degoladas pela mãe. Ao fim de duas semanas de investigação intensa por parte da Polícia Judiciária (PJ), chega ao fim este caso único em Portugal.
A investigação parecia ter entrado num impasse nos últimos três dias, devido à falta de pistas e provas concretas. Na madrugada passada, Melinda Dulcineia (MEDEIA), mãe das vítimas, entregou-se no comando distrital da PJ, onde confessou a autoria dos crimes.
Trata-se de uma hipótese que o comandante regional da PJ, José Sófocles, havia afastado há cerca de uma semana, em comunicado, onde dizia que "neste momento, todas as pistas nos afastam da hipótese de se tratar de um crime familiar, estando os investigadores concentrados na hipótese de se poder tratar de assassinatos ligados ao tráfego internacional de pedaços de crianças". Visto ter-se verificado o oposto, o comandante nacional da PJ, Túlio Homero, já falou aos órgãos de comunicação social, em conferência de imprensa, dizendo que se iria apurar responsabilidades internas do porquê de se ter afastado um suspeito, quase de imediato, que se veio a relevar ser o perpetrador dos crimes. 
Se a questão da PJ vai ter, seguramente, novos episódios, já o thriller de Valongo chega ao fim. O Farol de Lubumbashi (FdL) ainda não conseguiu apurar o teor da confissão de MEDEIA, mas conseguiu uma entrevista com o pai das vítimas, Jasão, que passamos a transcrever de seguida:

FdL: Como era a vossa relação?
Jasão: Há muito tempo que não era. Separámo-nos três semanas antes do [pausa para soluços], antes do [mais uma pausa para soluços, esta com cerca de seis segundos a mais do que a anterior], antes do... do que aconteceu.
FdL: E como é que Melinda Dulcineia aceitou a vossa separação?
Jasão: Nada bem! Nada bem, mesmo!
FdL: Tinham muitas desavenças, enquanto casal?
Jasão: Muito pelo contrário. Dávamo-nos muito bem.
FdL: O que aconteceu? O que mudou?
Jasão: Mudei-me eu. Conheci outra gaja, que era mais rica do que a Medy, e fui viver com ela.
FdL: E como é que lhe disse isso?
Jasão: Disse-lhe uma semana antes do [pausa para soluços, mais ou menos entre os três e os quatro segundos e meio], do...
FdL: Mas não me disse que estavam separados há três semanas antes dos terríveis acontecimentos?
Jasão: Disse-lhe a si! À Medy só disse quando já estava a viver com a outra. Aliás, se calhar, nem fui eu que lhe disse. Acho que foi o nosso vizinho, que vi uma vez no mercado...
FdL: ...e não lhe parece normal que ela tivesse ficado perturbada? Afinal, segundo apurámos, ela veio de longe só para viver consigo!
Jasão: É verdade! Tudo isso é verdade! Agora, acho que a reacção é intempestiva. Matou-me o puto!
FdL: Os...! Foram os dois!
Jasão: Tecnicamente, foram dois, tem razão. Agora, eu só gostava de um. Ela podia ter mandado a garota para o galheiro e estava tudo bem. Quites! Agora, o meu puto...! 

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