quarta-feira, 22 de abril de 2015

Sonho e pesadelo

Tive um sonho que virou pesadelo.
Sonhei com uma história extraordinária que podia dar um grande livro. Um homem escreve um livro sobre a história da conquista de Lisboa aos mouros, enquanto faz ele próprio parte do contingente de D. Afonso Henriques.
Acordei e pesquisei sobre o assunto. Afinal já existe. O Saramago já escreveu um livro assim. E isto deixa-me indignado. Por que razão as pessoas que nasceram antes de nós têm direito a ter os louros de invenções que um gajo podia perfeitamente ter?
Eu sinto que era menino para inventar o marxismo. "Ai, há meia dúzia de mamões que dominam o sistema capitalista. Era é dar-lhe nas trombas e coletivizar as cenas para o povo, pá!" Cá está, socialismo de transporte público.
Mesmo a roda, era uma invenção ao meu alcance. Os gajos do Neolítico que se vão lixar, que eu fazia aquilo sem grande alarido. Nunca lhe dava o slogan da "maior invenção da Humanidade".
Assim, não há igualdade de oportunidades temporais. Os gajos de antigamente deviam ter pensado nisso. Podia haver gajos, como eu, que poderiam querer inventar as mesmas coisas que eles e só não o fizeram porque ainda não tinham nascido. Não é justo!
Pelo sim, pelo não, eu não faço nada. E só não o faço porque tenho respeito pelas gerações vindouras. Eu quero que os meus bisnetos me agradeçam o facto de eu não ter mexido uma palha em relação ao aquecimento global. Assim, eles podem fazer alguma coisa em relação a isso. Ou não! Podem, também eles, pensar no futuro. E deixar para outras gerações vindouras.
Agora pensem nisso.

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