terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Palavra do Ano

Então, importam-se de deixar de estar à porta da penitenciária de Évora?
Há outras coisas extremamente importantes a decorrer, como a escolha da palavra do ano!
Têm acompanhado? Eu nem consigo dormir direito, tal a excitação para saber qual vai ser!

Será que alguma delas tem categoria para ombrear com as vencedoras das edições anteriores?
Será que tem em si a atenção a todos os pormenores como Esmiuçar, a vencedora de 2009?
Será que consegue irritar até à loucura como Vuvuzela, a vencedora de 2010, ao ponto de vencer o concurso, só para não a termos que ouvir?
Será que é rígida, magra e esfomeada como Austeridade e Entroikado, as vencedoras, respectivamente, de 2011 e 2012?
Ou será que é daquelas cujo género desconhecemos mas não conseguimos deixar de ficar excitados, como Bombeiro, a... o... a... o... a vencedora do ano passado?

As finalistas deste ano são:

E sobre estas gostava de tecer algumas considerações.

É mais do que óbvio que a palavra Banco está fora da corrida sobretudo pelo que tem vindo a fazer ao país desde 2001. A única hipótese seria para Miss Simpatia, mas não creio.

Ébola e Legionela - aqui só com um 'l', não sei se o perdeu com a doença - também não creio que vençam, até porque não ficam muito tempo dentro das pessoas. Nem para Miss Fotogenia lá vão, com as pústulas e as chagas e a falta de banho... Horrível!

Há aqui três palavras que aldabraram na idade, só para poderem participar no concurso: Jihadismo, Corrupção e Cibervadiagem.
Jihadismo tornou-se moda em Portugal porque um tipo que nasceu em França, cujo tio-avô era português, faz parte do Estado Islâmico. Meus amigos, todos sabemos que Portugal tem algum atraso em relação à maior parte dos países, mas isto já é moda nos Estados Unidos desde o 11 de Setembro de 2001.
Corrupção em Portugal é como a prostiuição. É a mais antiga profissão. Menos digna, acrescente-se.
Cibervadiagem existe desde os tempos do MIRC, quando a malta interagia com desconhecidos em sistema MS-DOS. Ao fim de duas horas a teclar, combinava encontrar-se. Quem não se lembra da distante frase de engate: "Donde teclas?"

Tratando-se de um concurso aberto a todas as palavras portuguesas, a Selfie ainda tem que provar aonde arranjou um cartão do cidadão nacional. 

Gamificação é uma naturalização recente como o Fernando do Manchester City: é português, mas ninguém o põe jogar na selecção. A própria palavra não leva muito a sério o concurso, tendo dito inclusivamente: "Eu vou mais por desporto."

Basqueiro tem contra si o facto de ser muito espalhafatosa e de ter apenas uma projecção regional.

Xurdir é a grande outsider mas pode, muito bem, vir a ser a grande vencedora. Trata-se daquela palavra que ninguém sabe o que quer dizer mas, por puro gozo, era fixe que ganhasse.

Eu já votei. E tu?

2 comentários:

  1. Eu diria que essa palavra "outsider" se arrisca mesmo a isso... ;-)... independentemente do resultado final, essa palavra já ganhou... ganhou vida!... :-)... abraço...

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    1. Podes crer!
      Acabou por ser esse o papel dos Gato Fedorento em 2009 com a palavra esmiúçar e ainda bem! Para não se tornar aborrecido com entroikados e afins políticos. Abraço e boa sorte.

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