- Capadócia Vista do Subsolo (2018), literatura de viagens
Acompanhado do fotógrafo Manuel Araújo, depressa se apercebe que está a ver o Peru mas com a cabeça na Turquia. Decide escreve sobre a Turquia, desde o Peru. Um livro que começa em Arequipa, depressa se transfere para Diyarbakir. No tema mais quente, encontramos a refutação da teoria de Nuno Rogeiro acerca da condição curda, desde logo porque o comentador televisivo opina sentado e, como sublinha Bruno, só se pode ter ideias precisas sobre curdos quando se está de pé.
O livro conta com duas edições, uma de texto e outra ilustrada com fotografias, tendo sido a última totalmente devolvida pelos leitores, pois pensaram que o livro estaria danificado - a imagem de Machu Pichu estava lado a lado com um texto sobre Izmir, entre outros exemplos semelhantes.
O livro foi traduzido para turco, castelhano, quíchua e aimará, sendo um best-seller tanto na Turquia como no Peru. Nestes países sucederam-se várias edições, todas para queimadas públicas: na Turquia, pela defesa de um estado independente curdo por parte do autor; no Peru, por adultério nacional, isto é, por não se admitir que as pessoas que vão ao Peru possam estar a pensar noutros países. Esteve para ser traduzido para inglês, mas o tradutor teve um colapso nervoso logo na tradução do título: Peru ou Turkey, eis a questão.
- Crónicas em Apneia (2019), crónicas
Nenhuma das crónicas contém qualquer teor político, sendo a tónica comum as temáticas ligadas a escritores e seus vícios. Podemos aqui encontrar textos como: Hemingway Era Um Duro Mas Tomava Ulcerim Antes do Jantar; O Batom de Capote; Nabokov Tingia as Asas das Borboletas com Cores Ocres; Não Fui Eu: Escrita Directa de Fernando Pessoa.
- O Verdugo Não Quer Ser Porteiro (2021), teatro
Consiste num diálogo de impropérios entre dois vizinhos, ambos mudos, que se insultam em linguagem gestual através da parede que divide as suas casas. O público é convidado a seguir a peça por um libreto, que contém os diálogos em braille.
O autor pediu a reserva das filas A e C, par e ímpar, do 1º balcão, para a FPAS (Federação Portuguesa das Associações de Surdos). Verificou-se que foram estas as filas que permitiram uma melhor compreensão para o resto do público: sempre que se riam, contagiavam a plateia e os camarotes, e parte do 2º balcão.
(continua a continuar a continuação aqui)
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