sábado, 22 de novembro de 2014

A importância de se chamar Sócrates

Em 399 a.C., o filósofo Sócrates decide pôr termo à sua vida, bebendo um trago de cicuta.
Cicuta não é scooter para os brasileiros, do mesmo modo que snooker é sinuca.
Cicuta é o veneno que Sócrates ingeriu depois de ter sido condenado, em Atenas, acusado de três crimes:
- Não acreditar nos costumes e deuses gregos;
- Unir-se a deuses malignos que gostam de destruir cidades;
- Corromper jovens com as suas ideias.
A sentença foi-lhe dada a escolher: ou se exila para sempre, ou lhe é cortada a língua, de modo a que não consiga ensinar aos demais. Sócrates escolheu a terceira via: a morte às suas próprias mãos.
Ontem, um tal de Sócrates foi detido no aeroporto de Lisboa, sob acusação de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.
Parece-me exagerado.
Tal como o grego, o Sócrates português já havia dado a entender que as suas acusações não se diferenciavam das do preceptor de Platão:
- Não acreditava nos costumes portugueses e decidiu mudá-los através dos famosos PEC's. De repente, o Portugal do século XXI viajou até ao início do século XX e voltou a sentir fome, taxas de desemprego que fariam Salazar corar e impostos que levaram os suecos a exclamar: "Wow! Isso é bué de impostos!";
- Uniu-se aos deuses malignos do Freeport, da Ota e das sucatas Godinho, numa espiral de corrupção que mereceram um aplauso de pé e um sambinha de Alberto João Jardim; 
- Corrompeu eleitores com as suas ideias sobre Portugal, quando estava a falar da Alemanha, e leitores do Correio da Manhã ao ser eleito 'Sexy Platina' em anos consecutivos.
Para os mais incautos, para além destes paralelismos com o Sócrates, ainda viajou para Paris para, também ele, se tornar filósofo.
Coincidências? Nas famosas palavras dessa intelectual literária que é Margarida Rebelo Pinto, "sei lá!"
Pelo sim, pelo não, façam com este Sócrates o mesmo que ele tentou fazer com a comunicação social, e cortem-lhe a língua.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Alimentos para evitar constipações em pitas


O JN traz hoje um artigo que podes ler aqui, que fala dos alimentos que podem ajudar a reforçar o nosso sistema "humanitário" (estou a citar) nesta época das constipações.
Para quem tem filhos naquela faixa etária a que os pedopsicólogos designam tecnicamente por parva, ou para quem gosta de passear junto de liceus e sonha com casas em Elvas, sabe que as pitas se vestem/despem de uma forma que nenhum alimento salva da constipação certa. E quem diz constipação, diz gravidez.
Deste modo, gostaria de deixar os 6 alimentos que o artigo do JN fala e dar-lhes um uso em pitas, uma espécie de contributo, este sim, humanitário:

1 - Quivis, laranjas e romãs: ricos em vitamina C, são também as frutas que deixam as melhores nódoas. Aconselha-se besuntar em todas as camisolas de manga cavada, calções, e deixar utilizável apenas uma hipótese de toilette: camisola de lã, calças e deixar ao critério da pita o calçado. Poupa-se no Antigripine e no planeamento familiar.

2 - Abóboras e tangerina: ambas espectaculares em bicarbonetos e em bullying psicológico. O bullying é como o tio bêbado da família: podemos olhar para o lado, mas ele não vai deixar de existir. Deste modo, aconselho a contratar um puto com style (de cap e cenas) só para mandar bocas à pita. Dizer que está a ficar com o corpo em forma de abóbora dá azo à substituição de tops por camisolões largos, e dizer que tem umas maminhas do tamanho de tangerinas mirradas diminui exponencialmente as selfies com os úberes de fora.

3 - Alhos e cebolas: "aumentam as defesas e melhoram a resposta do organismo ao ataque de vírus e bactérias". Concordo. Mesmo assim, deixar notas espalhadas pela casa, dizendo que a ingestão de alho e cebola em estado cru, depois de lavar os dentes, retira todo o sabor a sémen da boca e funciona como anti-conceptivo eficaz. E resulta! Não há dread que pegue em pitas que cheirem a alho da boca.

4 - Legumes e frutos secos: são ricos em proteínas e em ferro. Dar primazia à compra de pepinos e bananas venezuelas e deixar no DVD, como que por engano, o filme da Sasha Grey Os Troncos da Quinta, onde a protagonista faz uma demonstração criativa do uso de bananas e pepinos. Mais uma vez, pode vir a poupar-se em contracepção. Não esquecer de escolher sempre os maiores exemplares, de modo a que a desilusão no liceu seja constante. A não ser que ela ande numa escola da Amadora; aí, convém comprar curgetes.

5 - Beterrabas: contém vitamina B9, C, potássio e sacarose, óptima na criação de anticorpos. Para quem não sabe, a beterraba tem uma cor encarnada, forte e espessa como o sangue. Creio não ser preciso dizer mais nada. Basta cortar um cubinho e colocar nos bolsos das calças ou calções que, devido à sua justeza, mal são vestidas começam a espalhar pelo rabo, dando a sensação que a pita está com o período. Tornam-se assim repulsivas e, daí, criarem anticorpos.

6 - Mel: o néctar divino tem a particularidade de ser antioxidante. É também o mais difícil de aplicar à pita, pois comporta logo o seu quê de fetichista. Neste caso, aconselhamos a fazer um workshop de apicultura e a ter duas ou três colmeias no quintal ou na marquise. Aquando da colheita, obrigar a pita a fazê-lo e acompanhar com a obrigação de usar o fato completo. Como é natural, a pita vai recusar, pois vai querer postar no Instagram o perigo que correu junto das abelhas sem o fato. Vai picar-se nas mãos e, desse modo, já não vai bater uma pívea nas traseiras do pavilhão ao bacano que tem uma mota. Como forma de cura das bolhas na mão, digam que tem que comer uma colher de mel, na qual colocarão uma abelha. Com a boca picada, não vão fazer um bobó ao bacano que tem um cabelo espectacular no WC junto à cantina.

Não se esqueçam: o alimento certo adia a constipação; e a ideia de ser avô.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

SMS histórica XXII

Quando estava a começar a sua carreira no mundo da televisão, Marta Leite de Castro recebeu uma SMS de um serviço de citações inspiracionais diárias, a qual norteou desde então a sua vida pessoal:

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Se Prometeu se chamasse Heidi

Prometeu de Elsie Russell, 1994
Esta é a história de Heidi, uma supermodelo que optou por deixar de o ser.
No auge da sua fama e reconhecimento, Heidi retirou-se aos 19 anos.
Ser simetricamente bonita, de corpo perfeitamente torneado - a "deusa das passereles" - não se conjugava com a sua procura de anonimato; não o dela mas o dos outros. E foi por isso que se retirou, farta dos seus pares gozarem com os seus anónimos namorados; farta dos seus relacionamentos não corresponderem às expectativas dos 'Adónis' com quem trabalhava. No fundo, o que os outros diziam não lhe importava; temia pelos seus anónimos; que o amor que lhes tinha não podia ter qualquer ruído.
E assim fez.
Já no anonimato encontrou um local que lhe sentiu como sendo o seu paraíso. Tratava-se de uma sala repleta de cadeiras, onde se reuniam semanalmente os alcoólicos anónimos. Era perfeito: ninguém era ninguém; todos eram o seu vício.
Foi aqui que conheceu Marco, um ex-Navy Seal, veterano da primeira guerra do Iraque, que havia afogado o síndrome pós-traumático na companhia do dr. Jack e do sr. Daniels. Quando conheceu Heidi, estava em fuga dos seus companheiros pela oitava vez.
Sem descrições de como se desenrolou o seu relacionamento, até porque o fizeram sempre dentro de portas e de fechadura trancada, depressa deixaram entrar também os antigos companheiros de Marco.
Para a ex-deusa das passereles era o início do seu suplício. Habituada durante anos a alimentar-se através de fotossíntese, o dr. Jack e o sr. Daniels provocaram-lhe dores e danos irreparáveis no fígado.
Hoje, pouco sabemos dela. A última vez que a vimos foi à porta de uma reunião dos alcoólicos anónimos.
O seu paraíso.
O seu anonimato.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

#Day1

A vida é para se viver sem paragens. Já não aguentava o som dos travões do vizinho do 1º esq. às 6 da manhã. Cruzamento sem STOP, vizinho sem vida, prioridade à minha felicidade. #100happydays #day1 #vivesemparar #morresemparar #botaoleonostravoes

A casa onde me tornei ateu


Já repararam que hoje em dia é cada vez mais difícil acreditar no que quer que seja?
Há um número crescente de pessoas que não acredita em Deus. Para isso muito contribuiu os escândalos da igreja, o raciocínio e a existência da Fanny.

Eu sou ateu. E preguiçoso. Aliás, se decidires ser ateu podes ser preguiçoso. Na verdade, conheço pouco de religiões mas desse pouco gosto de tudo: gosto quando são perseguidas; gosto quando provocam guerras; gosto, até, quando violam putos. Isso significa que eu não tenho que fazer nada pela causa do ateísmo. As acções das religiões permitem a continuidade da minha preguiça.

No fundo, dizer que sou ateu tem tanta força como dizer que não sou pedófilo. Aquilo que a classe dos pedófilos faz permite-me não fazer nada pela causa da não-pedofilia.

Eu disse que não era pedófilo? Peço desculpa. O que queria dizer é que ainda não sou pedófilo.
Não significa que o venha a ser; diria que as probabilidades são até remotas; mas não me apanham mais a dizer que nunca irei ser ou fazer uma coisa.
O Passos Coelho disse que nunca aumentaria os impostos e foi a pouca vergonha que se viu. Ele que se prevenisse.
Há uns anos, também eu disse que nunca provaria sushi - "Ai que nojo, peixe cru!" - e aquela merda é das minhas comidas predilectas. E só não é a favorita porque, sempre que como cá em casa tenho que ouvir a minha mulher:
- Hum, hum! Estás a comer que nem um javali! Para quem nunca ia provar...

Nunca mais me apanham com nuncas!

Então, sou ateu, ainda não sou pedófilo e amo sushi.

Na verdade, talvez seja ateu por respeito à minha família. Nunca consegui enveredar por uma das religiões que praticavam. Até aos 7 anos vivi numa casa com 10 pessoas, 4 quartos e 8 religiões. Aquilo era uma espécie de Jerusalém mas com pessoas que tomavam banho.

No primeiro quarto vivia a minha bisavó Eduarda com as cinzas do meu bisavô. Confesso que não sei bem a religião dela. Sei apenas que ela, quando casou, tinha 23 anos, e o meu bisavô 7. Não sei, talvez isso faço dela uma católica instantânea.

No quarto em frente viviam os meus avós.

A minha avó Maria era, e ainda é, evangélica, ou metodista, ou wesley... wesli... Eh pá, é daquelas igrejas que funcionam como os ginásios: o gajo que está à frente daquilo é brasileiro; as pessoas reunem-se numa sala onde estão todas de mão no ar a praticar a fé; e até ao dia 8 de cada mês têm que pagar a mensalidade.

O meu avô Joel era judeu. E masoquista. Também era do Sporting, o que em termos de sofrimento equipara-se. Todavia, era judeu. O que acontece é que foi ele que comprou aquela casa, a qual era em tudo semelhante a um crematório de Auschwitz: o corredor entre os quartos era estreito, escuro, soturno, triste; a cozinha cheirava sempre a gás; e comíamos muitas vezes porco, ligeiramente esturricado.

No terceiro quarto viviam as minhas tias.

A mais velha chamava-se Sofia e era Testemunha de Jeová.
Já sei o que estão a pensar! São uns chatos do camandro, são como os testículos porque andam sempre aos pares... Conheço as piadas todas!
No entanto, esta foi a religião que estive mais perto de abraçar. Trata-se da única congregação do mundo que segue a Bíblia à risca e consigo respeitar isso. Quando todas as outras pegam no livro sagrado e fazem "interpretações" de acordo com as suas intenções, há que enaltecer as ovelhas negras.
Porém, depressa descobri que o problema das Testemunhas de Jeová não é teológico senão estatístico.
Ora vejamos: segundo a Bíblia, aquando do Juízo Final, somente 10 mil pessoas irão para junto de Deus. Os Testemunhas de Jeová acreditam que serão eles os escolhidos. Acontece que eles são mais de 8 milhões!
Foi aí que comecei a pensar: toda a gente foge quando eles nos abordam; nunca ninguém ouve o que eles têm a dizer; e começam logo a falar de Jesus.
E cheguei à conclusão que os Testemunhas de Jeová não querem angariar fiéis - têm um desejo de morte! Eles precisam de ajuda para diminuirem o seu valor de 8 milhões para 10 mil.
Daí falarem de Jesus, que morreu crucificado; daí o seu capítulo favorito ser o do Apocalipse; daí terem anunciado mais do que uma dezena de vezes que o mundo ia acabar; daí não aceitarem transfusões de sangue...
Meus amigos, o que as Testemunhas de Jeová precisam não é de novos membros - precisam de meia dúzia de macacos do PNR para lhes limpar o sebo.
Eu já contribuí - e tu?

A mais nova das minhas tia era a Deolinda. Era puta, mas nós dizíamos a toda a gente que era muçulmana. Mas tinha lógica! Ela trabalhava numa recta, practicamente em frente à Meca dos Leitões, a maior dos serviços que tinha implicava estar quase sempre de joelhos, e era conhecida como o Alcoirão da Mealhada.

Ainda no mesmo quarto viveu o meu primo, filho do Alcoirão.
O Zé é a vergonha da família. Nunca se interessou por nada. Zero! Aliás, a única coisa pela qual o vi ter interesse foi pela maquilhagem da mãe. De resto, nada! E não é que o gajo, quando fez 16 anos, reuniu toda a gente na sala e anunciou que era agnóstico. Agnóstico! Ele não disse por estas palavras, mas nós percebemos. O que ele disse foi: "A partir de hoje, quero ser tratada por Tatiana." E agnóstico é ser isto, é um gajo não saber se é uma coisa ou outra. É, perante a dúvida, continua a duvidar.
Amigos, ser agnóstico, para mim, tem tanta lógica como rever os filmes do David Lynch: por muitas dúvidas que tenhas, vais continuar a tê-las.
Porque um ateu, mesmo não acreditando, acredita na existância do nada. O agnóstico é o cagão: "o que tiver que ser, será." É claro que, para defender algo, para acreditar em algo, mesmo que seja em nada, há que ter tomates. E a Tatiana claramente não tinha!

Chegamos ao quarto e último quarto: o meu e o dos meus pais.
A minha mãe era protestante; o meu pai, satânico. Foi de luzes apagadas que, quando eles pensavam que eu estava a dormir, ouvi muitos debates teológicos. Vejamos um exemplo:
M: Achas que ele já está a dormir?
P: Já. Anda! Vamos a isso!
M: Oh! E se acorda?
P: Não acorda nada! Anda, meu anjinho!
M: Está bem. Anda cá!
P: Já estou!
M: Já?
P: E assim?
M: Oh, sim! Mais devagar!
Cá está, a minha mãe a começar a protestar.
P: Quem quer levar um tau-tau do diabrete?
O meu pai a entrar no satanismo propriamente dito.
M: Ai, Jesus! Ai, meu Deus!
Pumba! Contra-ataque ao Satanás com duas entidades divinas.
P: Oh, Diabo!
M: Ai Jesus!
P: Oh... oh... oh... diaaaaaaboooooooooooooo!
[...]
M: Já está?
[...]
P: ZZZzzzzzzzzzzzzzzzzz.
Aqui está! A minha mãe queria mais e eu também. Houve outras noites em que a minha mãe se queixou da profundidade e que o meu pai não a preenchia devidamente. Não quero aqui tomar partidos, mas também acho que o meu pai ficava atrás em profundidade. Já o meu tio Alberto, todo ele era profundidade.

Cá está! Perante uma casa tão ecuménica, optei pelo ateísmo.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

#100happydays


A partir de amanhã.
Sigam aqui ou no instagram.

Revolução no veludo

Comemora-se neste 17 de Novembro, os 25 anos da única revolução que um nome mais rabicho do que a nossa dos cravos - a Revolução de Veludo.
Neste dia, em 1989, os estudantes checoslovacos vieram para a rua comemorar o 50º aniversário da morte de Jan Opletal, um estudante checo morto pelos nazis. Porém, como esta comemoração foi feita uma semana depois da queda do muro de Berlim, depressa escalou para uma manifestação anti-comunista e pró-nacionalista. O resultado foi o fim da ingerência soviética sobre a Checoslováquia, a eleição de Vaclav Havel como presidente do país à luz da democracia, e a divisão posterior do país em dois: República Checa e Eslováquia.

Há, no entanto, um factor determinante na Revolução de Veludo e do qual nenhum historiador e politólogo menciona: Erasmus.
Dois anos antes, em 1987, foi criado pela União Europeia o Programa Erasmus, para promover a mobilidade dos estudantes universitários dentro do solo europeu.
Ao que tudo indica, as universidades de Bratislava e Praga mantinham reuniões secretas desde, precisamente, 1987, com o intuito de abrir as fronteiras aos estudantes da Europa. Havia, inclusive, preferência para os estudantes da Europa do Sul, corroborada pelo ponto 1. do Manifesto As Checas preferem os morenos:
«1. Queremos abrir-nos a portugueses, espanhóis e italianos. Precisamos de pessoas com lábia - já estamos fartas de acção, primeiro com os panzers alemães, depois com os bêbedos dos soviéticos.»
E foi sob este espírito que os estudantes checoslvacos engendraram a sua revolução sexual, sob a máscara do combate ao comunismo e, em 17 de Novembro de 1989, iniciaram a sua "Revolução de Veludo".
Aliás, este movimento tomou esta designação para confundir os estudantes oriundos da Europa do Sul. Eu passei dois semestres em Brno e, ainda hoje, não sei se quem me passou chatos foi a Ruzena ou os lençóis de veludo.  

SMS histórica XXI

Na manhã do mais famoso e sexy cantar de parabéns, John F. Kennedy enviou uma SMS a Marilym Monroe:


domingo, 16 de novembro de 2014

Garganta - Volume 1

Domingo. Dia de encher a pança e a alma.

Hoje trazemos a "Garganta", o primeiro número da revista literária da PruX, toda ela em áudio e com o alto patrocínio da Associação Nacional de Gaguez Ambulante (ANGA), à qual gostaríamos desde já agradecer o fornecimento de locutores.

O tema deste mês é: "Repetições em literatura".
Vejamos um excerto do conto de Afonso Cruz "O longe é o perto passo a passo" na voz de San... San... San... San... Sandro Porra! e no qual, por erro técnico, ouve-se a voz do técnico de som (no texto, entre parentesis rectos]:

"A noite é o com... com... com... com
[salta a frase]
 depressa se forma na men... men... men... men...
 [avança Sandro]
 nunca o dia iniciou o dia, porque do escu... escu... escu... escu...
 [anda, Sandro, só nos resta 20 minutos de tempo no estúdio]
 escuro também Vladan, o faq... faq... faq... faq...
 [Sandro, faq também para ti. Chiça!]
 e o mujahedin libertou-se na san... san... san... san...
 [Baza Sandro! Acabou o tempo!]

Bem-haja!

Acompanha a Odisseia com...

Se há coisas que odeio, mais até do que a austeridade, são aqueles prefaciadores que contam o livro todo antes de termos oportunidade de o ler. Bois!
Por isso, aconselho vivamente a Odisseia, de Homero, e sugiro que acompanhem a sua leitura com as seguintes ementas gastronómica e musical. 

Sopa
Sopa de nabiças

Prato principal
Feijões enlatados com salsichas

Sobremesa
Laranja (por causa do escorbuto)


Bebida
Água (sem sal) e Vinho tinto

Música de acompanhamento:


Filme de acompanhamento (baseado numa história fictícia):