sábado, 10 de outubro de 2015

Pasquim #10

"Se está a chover em excesso,
não sejas tolo
marimba-te para o Expresso.
Podes ler notícias outrossim
usa apenas o indicador
para ler o Pasquim"

Esta semana houve notícias do caraças. Das três apresentadas, vais passar-te com a quarta.

FURACÃO REFORMA-SE EM PORTUGAL

Este fim-de-semana chega a Portugal o ex-furacão Joaquin. Isso mesmo, depois de recebermos comboios e autocarros alemães em segunda mão, turistas ingleses de segunda e termos que trabalhar à segunda, eis se não quando recebemos um furacão que não é bem furacão - é chuvas e ventos fortes. Não há probabilidade de uma aldeia devastada, nem uma ponte destruída - nada! O que é, também, mais uma prova de que não devemos aceitar migrantes, pois tudo o que vem de fora vem para aqui mandriar. Nem o furacão vem furacar. É um país ao abandono.

SELECÇÃO NO EURO E PCP FALA EM VITÓRIA

A selecção nacional garantiu a presença no EURO 2016 com uma vitória por 1-0 frente à congénere dinamarquesa e a reacção mais estranha veio do Comité Central do Partido Comunista. Francisco Lopes disse: "Sim, somos pelo escudo, mas queremos a presença da selecção no Euro. Com Éder no onze, existe uma grande probabilidade de fracasso; logo, dos portugueses passarem a odiar o euro - como nós, pá!"

A GORDON'S VAI LEVAR NA BOCA

A título mais pessoal, queria dizer que a Gordon's vai levar na boca. Como é óbvio, estou a referir-me ao escândalo da nova publicidade da marca de gin, em que usa a minha figura para promover a sua marca. Sim, podem dizer que se trata de uma marca que existe desde 1769 e que tem um javali no seu logótipo. E depois? Que culpa tenho eu de ter nascido depois? Há que haver igualdade de oportunidades temporais e, se estou danado, há que dar na boca a alguém! Foi assim que o meu avô me ensinou!

Bom fim-de-semana a todos, menos para a Gordon's. Palhaços!

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A preocupação governativa

Então, há governo à direita ou à esquerda?
Pelo sim, pelo não, o nosso PR já demonstrou a sua preocupação nas redes sociais.


Criatividade na Praxe


No passado dia 24 de Setembro, uma caloira da Universidade do Algarve deu entrada no hospital, na sequência de uma praxe levada a cabo na praia de Faro. Primeiro, não se sabe bem se se trata efetivamente de praxe ou aconselhamento vocacional, uma vez que a aluna em questão entrou em Biologia e terá ido ver, in loco, a beleza noturna da biologia marinha. Em segundo, se o objetivo da praxe é a integração, foi cumprido com um ligeiro erro geográfico – não foi na universidade, apenas na unidade de emergência do Hospital de Faro.

A praxe consistia em enterrar caloiros na praia e dar-lhes de beber álcool à boca. Quanto à questão do álcool, sou totalmente a favor, considero que aproxima as pessoas, resolve todos os problemas pessoais e facilita relacionamentos íntimos amnésicos. No entanto, o dia a seguir é tramado, como foi para o presidente da Associação Académica da Universidade do Algarve (AAUAlg), Nuno Lopes, que decidiu enfatizar nos meios de comunicação sociais que “a aluna consumiu álcool de livre vontade” e escreveu em comunicado aquela coisa que não quer dizer nada da “situação está a ser avaliada e todas as partes serão ouvidas, no sentido de tomarmos uma posição”. Caro Nuno, é difícil tomar decisões alcoolizado, já todos passámos por isso, pior ainda se tivermos ressacados, nem queremos saber de nada, mas nós, os que estávamos sóbrios a 24, podemos ajudar. E que tal decidirmos a prática da praxe com uma simples questão: “Esta praxe poderá colocar em risco de vida o/a estudante?”

Empreendedorismo e bom senso

Para isso, tenho duas propostas: uma muito moderna e outra proveniente daquela coisa esquisita chamada bom senso.
A primeira é criar ideias para praxes antes dos jantares de cursos. Todas as ideias são boas depois de duas garrafas de vinho verde da casa mas, acreditem, as que são tomadas antes são geniais. Neste sentido, proponho um concurso de ideias de praxe, à laia do empreendedorismo moderno, decididas por um júri, e evitavam-se assim baboseiras de defesa de classe e controlo de danos à hora dos telejornais. 

A segunda é despromover a figura do Dux. Estamos a falar de personagens ou com o complexo Peter Pan, ou que são fruto da compensação emocional parental através de propinas e/ou mudanças de curso. Amigos, tentarem descobrir quem são aos 42 anos a expensas dos pais não é normal, está bem? Estamos a falar de alguém que ascende ao cargo máximo dentre os estudantes universitários pela grande qualidade de ter mais matrículas do que os outros. É o mesmo que eleger para capitão de equipa do Real Madrid o roupeiro, só porque está há mais tempo no clube. O Dux não precisa de participar em atividades de praxe e de ser o bastião do seu código – precisa de explicações. 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

O último degredo

No dia em que se anunciou o Prémio Nobel para mais uma autora que apenas 3 portugueses conheciam, eis se não quando o "escritor" em part- time barra "jornalista" só no cartão, decide abrir a boca para fazer aquilo que sabe melhor: cocó.

Entretanto, já se redimiu e escreveu de um dia para o outro o seu novo romance, desta vez numa trilogia de 6 volumes, cujo primeiro conta com 896 páginas.

O sabichão Tomás Noronha, o maior e melhor criptógrafo do mundo e que vive em Lisboa, onde, qual Zezé Camarinha da Bica, come as melhores estrangeiras que por cá passam. Tudo ia bem (já mencionei que ele é o maior e o melhor e todo bom?), até que se realizam eleições.

Tomás decide investigar as listas de deputados eleitos e depara-se com um nome que reconhece de certos e determinados meandros secretos - Quintanilha.

É então que decide investigar. Diz-se sociedade secreta "a" Quintanilha ou "o" Quintanilha? Se era a já a quinta, o que teria acontecido às 4 anilhas anteriores? Quem as teria destruído? Teria sido o famoso judeu?

Não percam este... esta... est... diz-se este romance ou esta merda?

Prémio Nobel

Estamos a uma hora de saber que o Prémio Nobel não vai para Murakami. Neste momento, o que está a acontecer no mundo literário?

LIVRARIAS
Tudo a rezar nas lojas Bertrand para que seja ou a Joyce Carol Oates, ou o Murakami, ou o Philip Roth, até porque fizeram uma encomenda de 3000 exemplares, com montra, exposição e tudo, e assim não têm que devolver e mostram que apostaram nos cavalos certos.

EDITORAS
- Leya - "É desta que é o chinês do Murakami, caralho! Vamos esfregar nas fuças na Porto Editora."
- Porto Editora - "Espero que seja a lituana que toda a gente gozou e só nós é que apostámos. Se não for, que se lixe - nós compramos os direitos!"
- Relógio d'Água - "Só espero é que não seja um dos nossos autores, só temos um ucraniano no armazém e ele só sabe dizer "Posso ir ao sanita, patrão?"

ANTÓNIO LOBO ANTUNES
"O Prémio Nobel já me interessou
não a mim
já me interessou por interessar aos meus amigos
- É este ano que vais papar uma sueca, António
E o olhar do Zé entre mim e sombra de uma azálea, o prémio que me interessava para expor no orgulho do Zé
- É este ano, meu maganão"

PEDRO CHAGAS FREITAS
"Os prémios criam tensão e invejas. A mim move-me a tesão e as gajas." dixit, numa sessão de autógrafos no Lidl de Olhão  

PESSOAS EM GERAL  
"O que interessa é dignificar o país. O Saramago nunca mereceu, sobretudo, quando pensamos que temos o José Rodrigues dos Santos. Isso, sim, um jornalista e escritor à séria."

LEITORES EM PARTICULAR
"Conheço bem todos os nobeis, até o Transformer, já o tinha lido em Checo quando estive em Erasmus. O que for este ano já conheço quase de certeza e, em princípio, já li tudo. Pelo sim, pelo não, vou estar ao meio-dia na Fnac do Chiado, só para ver se eles lá têm quem eu acho (e sei!) que vai ser o Prémio Nobel."