sábado, 25 de outubro de 2014

Pequenos conselhos aos utilizadores das redes sociais

Seguem-se ligeiros conselhos às pessoas que têm práticas viciosas nas redes sociais:

1. Às que colocam gosto nas suas próprias fotos, de modo a contabilizar um like no final do dia. Já sabemos: são infelizes, mas a vida virtual ainda é mais lixada do que a vida real.

2. Às que tiram selfies com cara triste, procurando preocupação alheia. Gostava que pensassem que, quem tem amigos que são capazes de tirar fotos a si próprias no funeral dos seus avós, o problema é vosso. Aos autores das selfies, gostava de os apresentar a uma nova moda viral: as #coffies. Trata-se de selfies tiradas dos vossos próprios caixões.

3. Às que colocam mensagens de amor no mural da sua cara-metade, quando na vida real estão: ou em frente à cara-metade, num restaurante, a consultar o feed de notícias de três em três segundos, sem conseguirem cruzar os olhares; ou a pedir desculpa por terem dormido com a melhor amiga. Dois conselhos: Primeiro, ninguém quer (nem precisa de) saber!; Segundo, mensagem privada. 

4. Aos professores da minha filha, que aceitaram o meu pedido de amizade, duas considerações:
- Não se queixem dos vossos alunos nas redes sociais; pode acontecer levarem nas trombas e saberem precisamente porquê;
- À professora de português em particular: pelo menos, disfarce. Quando lhe perguntam quais os dez livros favoritos, não coloque seis do Paulo Coelho, dois do José Rodrigues dos Santos, um da Margarida Rebelo Pinto e um do Cláudio Ramos. É claro que, assim, a minha filha vai odiar Os Maias.

5. Às que só têm posts sobre futebol e a sua foto de perfil é o símbolo do seu clube do coração: podem não acreditar, mas o cérebro é das melhores coisinhas que têm dentro de vocês. A sério! Quem o disse foi o (escolham a hipótese que preferirem): a) Pinto da Costa; b) Bruno de Carvalho; c) Luís Filipe Vieira.

6. Às que colocam o horóscopo diário, ou a reza diária, ou a frase positiva do dia, ou o gatinho do dia. Se acham que deixaram de ser amigas de alguém no Facebook por algum erro do sistema, não é bem assim! Foram eliminadas precisamente pelos pontos presentes na premissa.

Bom fim-de-semana para todos!

Prometo Obrar

Sábado. A PruX lança mais um livro, depois de ter falhado vários lançamentos de piropos à Sandra, que trabalha do outro lado da rua.
Prometo obrar, de um tipo chamado Pedro e de uma tipa chamada Freitas vem mesmo a preceito. Trata-se de um livro que, como outro publicado nesta semana, tem uma gaja de chispes para o ar.
Era só isso.
A história?
Não sabemos bem, porque ao sábado de manhã preferimos começar a beber desde bem cedinho, só para não sentir a ressaca, em vez de ler livros, como os betinhos que não saem à sexta à noite.
O quê? Tu sabes? Não saíste ontem? Então conta, choninhas!
Prometo obrar não é uma obra; é uma promessa de obra. O autor propõe-se a escrever um livro bom um dia destes e, enquanto esperamos, vai escrevendo escatologia literária. O enredo adensa-se quando percebemos que escrever um livro bom pode vir a não ser possível, pois o autor apaixona-se por metáforas inutéis e comparações simplesmente idiotas.
Já o povo diz: "Quando o amor é cego, a onomatopeia ressente-se."
O povo, como o autor, também tem tendência para ser estúpido.
Já não sabemos em que acreditar.

A não perder!

SMS histórica XII

Em 1378 começou o Grande Cisma do Ocidente, com a existência de dois papas em território europeu: um em Roma e outro em Avinhão. Tivemos acesso a uma SMS, que nos parece de resposta, enviada por Clemente VII, Papa de Avinhão, a Urbano VI, Papa de Roma:

"Não, não! Eu é que sou! Papista!"
Enviada em 1378-12-08 às 19:32 CET

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Acompanha o livro de Job com...

Se há coisas que odeio, mais até do que a austeridade, são aqueles prefaciadores que contam o livro todo antes de termos oportunidade de o ler. Bois!
Por isso, aconselho vivamente o livro de Job e sugiro que acompanhem a sua leitura com as seguintes ementas gastronómica e musical.  


Sopa
Não preciso

Prato principal
Caldo de arroz com frango

Sobremesa
Não preciso

Bebida
Água do rio

Músicas de acompanhamento


A Chave ou o Dinheiro

A PruX apresenta a grande novidade da semana:
"Zeinal Bava gere muito bem o seu tempo aos sábados de manhã."
Por outro lado, também temos um livro:
A Chave ou o Dinheiro, um thriller de Dan Silva dos Santos.

Lourenço é um jovem acabado de sair da universidade. Como tirou o curso de Alemão/Suaíli, a sua única saída é participar em concursos de televisão para ver se saca algum.
Logo à primeira participação, Lourenço depara-se com um dilema: ou escolhe 2 000 € ou uma chave que dá acesso a um cofre. A tentação é grande e os gritos da apresentadora precipitam a sua decisão: Lourenço escolhe o dinheiro. O programa termina ali.
À saída dos estúdios de televisão, Lourenço não sabia o que havia perdido do interior do cofre, e eis se não quando uma senhora o aborda e lhe diz:
- Puto, ainda vais a tempo da chave. Queres?
Lourenço queria ter escolhido a chave e aceita a proposta da estranha em troca do prémio do programa.
A chave era só o começo de uma vasta e variada conspiração. Ou não.
A chave abria uma antiga carrinha de gelados. Mal a ligou, aproveitou para ligar também a música chama-putos, mas a melodia só era audível para os proprietários de gelatarias artesanais, que começaram, quais mortos-vivos, a concentrar-se junto do veículo de Lourenço.
Assustado, aterrorizado e com dores de barriga, pois a mistura de baunilha e chocolate era a perdição para Lourenço, vê os gelateiros a bloquearem qualquer fuga.
Foi aí que Lourenço olhou em redor: estava numa carrinha de gelados que produzia os sabores com corantes e conservantes e, crime dos crimes, com aromas de futa. O gelatadeiros artesanais não perdoavam tais afrontas.
Será o fim de Lourenço?

Não perca este livro; compre um book-gps.

Jonathan Silva e a justiça divina




Jornalista:
Boa noite, sejam bem-vindos a mais um “A igreja comenta notícias da actualidade, mais não seja para ser odiada por outras coisas que não a pedofilia”.
Hoje, falamos sobre a terceira jornada da Liga dos Campeões, e temos em estúdio o padre Américo, da paróquia de Moimenta da Beira.
Boa noite, Padre Américo. Como viu a participação das equipas portuguesas e sobretudo a polémica em torno do jogo do Sporting?

Padre Américo:
Boa noite. Devo dizer que vi bem. O que aconteceu no jogo do Sporting não foi polémica; foi justiça divina.

Jornalista :
Como assim, justiça divina?

Padre Américo:
Meu bom amigo, o que o jovem Jonathan Silva sentiu no corpo, mais na zona do trombil, foi a justiça dos três dias.

Jornalista:
Pode elaborar?

Padre Américo:
Com certeza.
Há um tempo a esta parte, ainda o povo não celebrava a Páscoa, nem respeitava a Quaresma, porque era estúpido, bruto, energúmeno, viveu um senhor; que faleceu.
E faleceu sem ser julgado. Pensou-se: olha, deixamo-lo ali a descansar três dias e depois julgamo-lo. Assim foi. Ao fim de três dias foi a tribunal, foi absolvido e foi para o céu. O seu nome era Jesus.
Ora, o jovem Jonathan, três dias antes de jogar na Alemanha, jogou contra uma equipa cujo treinador também não acredita em Quaresma, porque é estúpido, bruto, energúmeno; é o Paulo Fonseca com acesso a um barbeiro, como disse um famoso humorista; que também é estúpido, bruto...

Jornalista
(a interromper)
...avance na história, por favor.

Padre Américo
Sucede que, nesse jogo o jovem Jonathan jogou a bola com a mão na pequena área. O árbitro, esse filho da puta, decidiu não o julgar ali porque sabia que o jovem Jonathan ia jogar perante um árbitro estrangeiro que, por ter estudado precisamente lá fora, teria mais habilitações para o julgar.
E foi o que sucedeu. Na Terça-Feira, bola na cara de Jonathan, e o árbitro estrangeiro, que não era menos filho da puta, lembrou-se do que tinha acontecido três dias antes.
Sentença: culpado.

Jornalista
Então está a dizer que foi assinalado um penálti contra o Sporting passados três dias após ter sido cometido?
Não vejo justiça nisso!

Padre Américo
Eu também não!
Então Jesus foi julgado, absolvido e morre; Jonathan é culpado e continua vivo?
Isto só mostra que a justiça divina é estúpida, bruta e energúmena.

SMS histórica XI

Walther von Brauchitsch, general alemão que liderou a invasão da Polónia, enviou uma SMS a Hitler, cerca de um mês após o início da campanha:

"E esta merda é toda nossa! Olé! Olé!"
Enviada em 1939-10-06 às 09:05 CET

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O Rinoceronte

Prux celebra nesta Quinta-Feira duas semanas desde que foi anunciado que o Murakami não era o Prémio Nobel da Literatura.
Deste modo, lançamos o primeiro livro do nobel deste ano (que não é o Murakami), mas descobrimos que o livro foi adulterado na gráfica.
O Rinoceronte chamava-se O Javali e o autor era Patrício Mês Dia Ano e não Patricki Murakamiano.
Acontece que, por questões orçamentais e por não sabermos o que fazemos, pedimos a outros para nos produzirem o livro.
Levámos as provas para a gráfica "Die Stockholm" e pedimos oito exemplares para a semana seguinte ao senhor Mura Kami.
Como não temos dinheiro para remendos, optámos por lançar este Rinoceronte, uma parábola sobre o poder, em que um rinoceronte, nascido e criado em Tóquio, alimentado a sushi, saké e Karaté Kid, decide fazer uma viagem até Estocolmo, onde empreende numa limpeza vingativa. Entra numa conhecida academia da cidade e mata todos os seus membros, sodomizando alguns com o corno dianteiro, e substituindo-os por conterrâneos.

A não perder!

SMS histórica X

Nietzsche, o homem que escreveu A Gaia Ciência, publicado em 1882, onde encontramos a famosa frase "Deus está morto.", enviou um SMS ao sujeito da dita frase, pouco tempo antes da publicação do livro:

"Tu não existes, pois não?"
ERRO: mensagem não entregue

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Manos Guedes?

Nasci em Maio de 1979, na cidade do Porto. 
Na verdade, nascemos. Éramos dois: gémeos. 
No total, os dois não fazíamos um, pois sempre dependemos de terceiros, alguém que tivesse uma cabeça para pensar por nós. 
Os nossos pais nunca o admitiram, mas desconfiamos que sofremos de alguma maleita à nascença e fomos, por isso, submetidos a uma intervenção cirúrgica que nos afectou o raciocínio desde então. Havemos de saber a verdade a este respeito e dar início à investigação, assim que soubermos o que quer dizer 'maleita', 'cirúrgica' e 'raciocínio'; e 'investigação'.
Em 1997, vimos a luz do dia. E a luz do dia viu-nos a nós. Era de noite, e foi perante uma sala cheia que, no Moda Lisboa, ficámos desde então famosos e sempre prontos para nos mostrarmos. Nunca pensámos que a estreia acontecesse perante tantas pessoas, mas deu para perceber do que éramos feitos.
A escola nunca foi o nosso forte, até porque não gostamos da influência alheia: queremo-nos trilhar ao longo do caminho, como se costuma dizer. O meu 'bro' costuma dizer, sempre de forma hilariante, que o caminho se faz caminhando. Eu não percebo o que isso é, mas ele diz isso com uma careta bastante louca.
Desde então fazemos tudo: espanholas, americanas, francesas, americanas com sotaques diferentes e, ultimamente e de forma mais constante, brasileiras. As aparições no estrangeiro e em sites dão bom guito.
Então? 
Outra vez? 
Peço desculpa, mas está sempre a acontecer-me isto!
Os meus testículos tomaram-me conta do papel para escreverem a sua autobiografia, quando isto era para ser a biografia dos manos Guedes. 
 
Pior! Eu nem dois testículos tenho – tenho um, que é nitidamente esquizofrénico!

Os manos Guedes:
Nasceram em Maio de 1979, na cidade do Porto... 
...Moda Lisboa... 
...sem cabeça...

Ah!
Afinal não tenho nada a acrescentar.

Por quem os guizos dobram

PruX à Quarta.
E de quarta, também; numa clara alusão à escolaridade dos seus editores que, todos eles, em número de um, completaram apenas o primeiro ciclo do ensino básico.

Por quem os guizos dobram  de Ernesto de Segway conta-nos a história de um grupo secreto que operava às ordens do General Franco, durante a Guerra Civil Espanhola.
A A.S.S.O.B.I.A. - Associação Social em Sociedade Organizada em Bosques i Andaimes - era um grupo de homens e de algumas mulheres de buço que tinham como objectivo a perseguição e prisão de comunistas.
Eram conhecidos pelo seu cumprimento secreto, um suave high-five no testículo direito, e pelo seu modus operandi no contacto com o inimigo: abordavam o suspeito, agarravam-lhe as partes baixas e gritavam: "ASSOBIA!" Era um método infalível.
Com a morte de Franco, chegou a democracia e a ASSOBIA não foi oficialmente desmantelada.
Muito pelo contrário!
Como o seu quartel-geral ficava situada no centro de Madrid, no bairro de Chueca, os veteranos do grupo pensaram até que estavam em expansão exponencial, tal a quantidade de cumprimentos que recebiam nos testículos direitos. Tiveram inclusivamente que criar novas divisões para a ASSOBIA, com os seguintes nomes: Comboio do Amor, Rambóia no WC e Não Fica Nenhum Chouriço Esquecido.

A não perder!

SMS histórica IX

No último ano antes de se começar a celebrar a Páscoa, Judas envia uma SMS a Jesus, a qual deveria ter levantado suspeitas, uma vez que Judas sempre havia sido um indivíduo pobre:

"Levo lagosta para a ceia! Não se habituem, é a primeira e última vez que o faço."
Enviada em 33-04-06 às 16:38 CET

Viagens no submarino

PruX. Terça. Paulo Austero. "Viagens no Submarino"

Paulo era um moço antes da operação.
Depois recebeu um email, respondeu ao apelo e tornou-se num homenzinho.
Já adulto comprou um T2 multiplex, até porque era um antigo cinema com 7 salas que lhe havia sido vendido como um apartamento. Porém, Paulo tinha um sonho: queria ter uma piscina. Aliás, tinha dois sonhos: queria ter uma piscina e outro, em que tinha uma piscina, e era perseguido em câmara lenta por um submarino.
Paulo decidiu comprar uma piscina; daquelas de encher, mas ainda no tempo em que não havia bombas e teve que soprar no pipo aquele 3 por 3 metros. Colocou-a na sala 3, a que não tinha stereo.
Porém, sentia um vazio. Aliás, dois, mas o segundo era numa lateral da piscina e só precisava de mais uns bufos no pipo. Já o primeiro era no seu interior, onde não se conseguia visualizar o pipo. Sentia que a piscina não fazia sentido sem um submarino.
Foi então que comprou um submarino. Era da maneira que enfrentava o seu medo e só aí deixaria de ter o sonho recorrente.
Porém, Paulo não pensou em tudo. O submarino não submergia, pois a piscina dizia na caixa que dava para quatro adultos, mas não mencionava quantos submarinos levava. Paulo só notou que não dava quando o submarino lhe ocupou toda a sala 3 e a sala 4, ficando a espreitar na 5, o compartimento que fazia de quarto para Paulo.
E assim termina a história. Paulo continuou a sonhar que era perseguido por um submarino e, quando acordava em sobressalto, o pesadelo continuava, com o seu submarino a espreitar da porta do quarto e com o filme "Caça ao Outubro Vermelho" em reposição na sala 6.

A não perder!

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Reminiscência


Segundo o antigo Ministro das Relações Externas da Polónia, Putin terá proposto ao Primeiro-Ministro polaco, em 2008, a divisão da Ucrânia entre os dois países.
Reminiscência?
O Javali teve acesso ao telefonema entre os dois chefes de Estado, que passamos a citar:

"Putin - Ribbentrop?
 PMPolaco - Diga?
 Putin - Aceito! Vamos dividir a Polónia em dois. Pode dizer ao chanceler Hitler que aceito.
 PMPolaco - Peço desculpa, mas não estamos em 1939. Isto é 2008!
 Putin - Ah, desculpe! Enganei-me no número.
Volta a ligar:
 Putin - Está lá?
 PMPolaco - Sim?
 Putin  Isto é 2008?
 PMPolaco - Sim, continua a ser!
 Putin - Vamos dividir a Ucrânia em dois? Metade para ti e a metade maior para mim.
 PMPolaco - Metades diferentes? Dividir um país soberano? Oh homem, você está doido?
 Putin - Mas queres ou não queres? Olha que te corto o gás!
 Desligou."

É sempre giro ver chefes de Estado a brincarem aos anos 30.

SMS histórica VIII

Na manhã do Domingo de Páscoa de 1768, o Marquês de Sade recebe uma SMS de Rose Keller, horas antes de iniciarem uma maratona de perversões, as quais levariam Sade à primeira estadia na prisão:

"Dá-me um toque quando chegares, que eu abro-te a porta das traseiras."
Enviada em 1768-04-09 às 10:23 CET

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A peça de teatro Job

O Javali de Vladivostok propôs-se adaptar a bonita história de Job, presente no Antigo Testamento, de modo a que as companhias de teatro desse mundo possam representar esta peça. Vejamos:

Uma dramatização

Seis personagens fictícias:
Job
Elifaz
Bildad
Zofar
Eliu
Deus
Satã

No alto do céu, Satã visita Deus para o piquenique semanal.
Deus - Então Satã, como vai isso?
Satã - Vai mal, meu Deus... vai mal.
Deus - Quer dizer isso que vai bem?
Satã - Sempre nas interpretações, seu maroto! Até os pensamentos se movimentam por caminhos misteriosos.
Deus - Ah! Ah! Ah! Ice tea para acompanhar os jesuítas?
Satã - Pode ser. Estás de bom humor! Que se passa?
Deus - Estás a ver ali, junto ao riacho? Ali vive o meu maior fã.
Satã - Como assim?
Deus - Vive ali o mais recto dos homens. Tem uma família, propriedades e gado abundantes e adora a eu.
Satã - A mim?
Deus - Querias!
Satã - Não era isso que queria dizer mas... Deixa lá! E não achas que, correndo tudo de feição, ele tem alguma razão para não te adorar?
Deus - Como assim?
Satã - Se lhe tirássemos coisas, creio que a adoração não seria assim tanta.
Deus - Será que me está a cheirar a aposta?
Satã - Ó meu Deus, podemos apostar quando vamos jogar bowling, agora com pessoas, não!
Deus - Agora viraste mariquinhas?
Satã - Não digas isso!
Deus - Mariquinhas!
Satã - Retira o que disseste!
Deus - MA-RI-QUI-NHAS!
Satã - Ai é? Então vou tirar-lhe a mulher, os filhos e as propriedades. Se ele continuar a adorar-te, podes ir buscar quem quiseres ao Inferno. Se o sentimento dele decrescer, posso eu escolher alguém do Céu para levar lá para baixo.
Deus - Por mim, até podes chagar-lhe o corpo todo.
Satã - Mas, mas, mas... Ok, tu é que mandas.

Na Terra, Job levava uma vida abastada, num quotidiano bucólico, quando algo o fez ficar sem filhos, propriedades e o respeito da comunidade. Foi 'algo' porque foi inventado por Deus e o homem que está a escrever este texto ainda não teve o discernimento (quanto mais, a inteligência) para descortinar o divino acto.
Job - Ai, ai! Mas que é isto? Ainda agora estava a ordenhar uma vaca e ela evaporou-se! Fiquei com as mãos sem tetinhas, a fazer movimentos como se estivesse a conduzir um tractor. Obrigado, meu Deus, por me evaporares a vaca, que a mulher já andava a desconfiar.
Satã (a pensar) - Continua a adorar, mesmo tendo perdido as riquezas... Esquisito! Pronto, vou chagá-lo.
Job - Ai, ai! Que dores! Oh, que feridas são estas? Não te apoquentais, Job! Recebeste o bem do Senhor, também deverás tomar o seu mal. E assim experimentas sensações novas, de dor intensa. Obrigado, meu Deus!
Chegam três amigos mais um.
Elifaz - Olá Job, velho amigo. Então, és iníquo, heim?
Job - Estais equivocado. Sou todo bom. Deus ter-se-á equivocado nas pústulas. O Schlomo, aquele pastor que passa mais tempo com as ovelhas do que com a mulher, vive aqui na quinta ao lado. Isto devia ser para ele.
Bildad - Olha que não, velho amigo. Deus não se engana. Deves ser mesmo um grande ímpio.
Job - Nada disso. Sempre fui bom. Deveras.
Zofar - Não me parece, velho amigo. Cá para mim sempre foste um estulto.
Job - Como podes dizer isso? Mesmo com o corpo em decomposição, eu continuo a adorar a Deus. Não fosse ter-me caído um braço há cinco minutos e abraçar-te-ia, apesar dos insultos.
Eliu - Basta! Cambada de ignóbeis. Nem os três senhores com nome de detergente de roupa têm razão, nem tu, mártirzinho de pacotilha! Deus é que julga, Deus é que sabe. A interpretação dos seus actos não cabe aos homens, pois os homens não podem interpretar actos de alguém superior. Deus só responde a si mesmo.
Entra Deus (peço desculpa pelo pleonasmo, tendo em conta a omnipresença).
Deus - É isso!
Job - Isso o quê?
Deus - Estais a interrogar-me?
Job - Não é isso. Só não percebi...
Deus - E como poderias tu perceber?
Job - Adoro-te!
Deus - Eu sei.

Na semana seguinte, Satã volta a encontrar-se com Deus no céu.
Satã - Trouxe aqui uns miminhos conventuais.
Deus - Se não és tu a trazer, nunca como nada disso.
Deus - Mas não foi só isso que trouxeste, pois não?
Satã - Olha que nunca pensei que ganhasses esta aposta. O que aconteceu ao pobre diabo?
Deus - Pobre deusinho, se faz favor. Restituí-lhe tudo: gado, mulher, filhos, propriedades...
Satã - Como assim? Ainda te lembravas de tudo?
Deus -  Na verdade, não me lembrava muito bem da quantidade. Pelo sim, pelo não, mandei-lhe tudo à grande, incluindo uma mulher com um par de mamas divinais.
Satã - Uau! Isso é mesmo à minha medida: diabólico.
Deus - Agora mostra, mostra! Trouxeste-me o Homero?
Satã - Sim, está aqui. Mas não percebo para que precisas dele? Sabes que ele é um esquizofrénico religioso: acha que há vários deuses.
Deus - Eu sei. Mas estou mesmo a precisar de um grande escritor para contar a maior história de todos os tempos.

SMS histórica VII

Pierre Cauchon liderou o processo contra Joana d'Arc, o qual a conduziu à morte por fogo. No dia anterior à execução, enviou-lhe estas duas SMS's:

"Como preferes a pila?"
Enviada em 1431-05-29 às 20:28 CET

"*pira. Corrector ortográfico. Lol."
Enviada em 1431-05-29 às 20:29 CET

domingo, 19 de outubro de 2014

Acompanha o livro Arte de Amar com...

Se há coisas que odeio, mais até do que a austeridade, são aqueles prefaciadores que contam o livro todo antes de termos oportunidade de o ler. Bois!
Por isso, aconselho vivamente a A arte de amar de Ovídio e sugiro que acompanhem a sua leitura com as seguintes ementas gastronómica e musical.  

Sopa
Do que quiseres, baby!

Prato principal
Pode ser vegetariano, baby! Hoje escolhes tu.


Sobremesa
Se quiseres tenho um docinho em casa para ti, baby.

Bebida
Vinho rosé

Música de acompanhamento


SMS histórica VI

No dia anterior à publicação do Manifesto do Partido Comunista, Engels esteve para não colocar o seu nome ao lado do de Marx, como comprova a SMS que lhe enviou:

"Colectivo o Car@lh*! Se voltas a falar do colectivo quando for para pagar o jantar novamente, ponho-me no car@lh*! Não há manifesto para ninguém!"
Enviada em 1848-02-20 às 17:38 CET