A política não se aprende em Ciência Política.
Tudo o que precisamos de aprender acerca do nosso sistema democrático aprendemos em Ciências da Natureza, no 5º ano. Mais especificamente, quando tratamos do tema: aparelho digestivo.
Senão veja-se:
1. Trato gastrointestinal superior
- A política começa na boca - eleições implicam eloquência, retórica, promessas: os víveres políticos.
- Umas vez findadas as eleições, os vencedores, juntamente com os seus víveres políticos, afastam-se da realidade exterior para se imiscuirem numa realidade interior (faringe), onde antes transformam os víveres num bolo alimentar homogéneo, numa massa que não permite distinguir promessas originais, que é necessário para entrar no corredor do poder (esófago).
- Chegados ao gabinete do poder (estômago), são instados a tomar uma decisão por quem os patrocinou (secreção gástrica), de modo a saberem que rumo vão tomar.
- No gabinete do poder (estômago), o bolo alimentar já não é o que era antes de entrar na boca e é apenas aquilo que a secreção gástrica deixa ser.
- Dois caminhos se colocam: tomar a decisão correcta, mas ter que deambular pelas infindáveis curvas do intestino delgado; ir pelo caminho mais fácil de salvação individual e percorrer o trilho rápido da luz ao fundo do túnel (intestino grosso).
MORAL DA HISTÓRIA: Não existe, fala-se de política
AMORAL DA HISTÓRIA: Isto vai dar merda
Já não temos que esperar
neste governo insolente
mais que perecer a gente
sem o bem nunca alcançar;
só para Deus apelar
pode o povo português
e pedir-lhe desta vez
que nos dê governo novo,
para que com ele o povo
siga no seu natural.
Este é o bom governo de Portugal.
Gregório de Matos, 1713
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