Ao ler a notícia aqui acerca das práticas de dentenção e interrogatório da CIA, verifico que a agência americana está a anos-luz do modus operandi da nossa GNR.
A CIA utilizou a privação de sono, levando os prisioneiros a falarem do que sabiam e do que não sabiam. Em Portugal, isso não é uma prática clandestina - é um programa de televisão. Chama-se "As escolhas de Marcelo.
A tortura mais conhecida é o waterboardind (em português, afogamento simulado), que consiste em mergulhar roupas em água e colocá-las sobre as vias respiratórias do prisioneiro, dando a sensação de afogamento. Algo semelhante ocorre no Meco. É facultativo, decorre ao fim de semana e chama-se praxe.
Outra prática mencionada no artigo é a alimentação e hidratação por via rectal. Tendo em conta que a maior dos prisioneiros são muçulmanos, com uma dieta à base de caril e picantes, acreditamos que seja uma prática dolorosa. Por cá, Manuel Luís Goucha chama-lhe pequeno-almoço.
Por último, fala-se da prática de deixar os prisioneiros em nudez completa durante 72 horas, levando frequentemente com jactos de água fria. A Marta Leite Castro chama-lhe terapia.
Vejamos agora as avançadas técnicas da nossa GNR:
- Baralhar o condutor com linguagem formal
A maior parte do interrogatório por parte de um agente da GNR é executado através do tratamento do suspeito como prevaricador. E o suspeito nunca tem nome, é sempre o "Senhor Condutor". O agente pode ter visto 10 vezes a carta de condução mas nunca nos trata pelo nome. E quem diz formalismo, diz analfabetismo.
- A barriga como engodo
O GNR é conhecido pelo seu bigode, por ser bêbedo e por ter pança. A barriga incute o sentimento no condutor de que é sempre possível fugir; ou, pelo menos, de que é possível trocar a de multa por um saco de salpicões. A maior parte das vezes, é.
- Privação de água
A GNR pratica a privação de água nos seus agentes, sem contudo privá-los de outros líquidos mais graduados. Isto permite aos agentes uma desinibição maior aquando de interrogatórios, bem como um disfarce perfeito na integração em festas populares. Aliás, aquando da admissão à carreira militar na GNR, logo após os dados pessoais, o candidato tem que responder quantas vezes fez o programa dos 12 passos do alcóolico e quantas vezes falhou. O ideal é escrever: "Bêbedo és tu, ó boi do c*r*lho! Diz-me mas é aonde é que é o bar. Estou a ficar com sede."
- O jogo das escondidas
O programa de treino consiste, sobretudo, no domínio do jogo das escondidas, até porque é o único que os futuros agentes conseguem perceber. Depois, é só aplicá-lo na vida real e dentro de um carro: do lado de lá dos rails da auto-estrada, atrás do placard de saída para Moimenta da Beira, em cima de pontes, etc. Contudo, trata-se de um jogo em que só eles é que sabem que o estão a jogar. Os contudores são sempre apanhados em falso.
- A curva da estrada
Este texto não serve só para provar os avanços técnicos da GNR em relação à CIA. Serve também para mostrar que, para chegar a este nível, não aconteceu de um dia para o outro. Os GNR fazem isto desde que existem curvas na estrada e uma das questões que divide os académicos é saber quem aí chegou primeiro: os GNR's ou as prostitutas? Eu gosto de pensar que as práticas dos GNR são as mais ancestrais, até porque depois de privar com profissionais destes dois ofícios, quem é que costumamos achar que nos fodeu mais? O GNR, pois claro.
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