Comemora-se neste 17 de Novembro, os 25 anos da única revolução que um nome mais rabicho do que a nossa dos cravos - a Revolução de Veludo.
Neste dia, em 1989, os estudantes checoslovacos vieram para a rua comemorar o 50º aniversário da morte de Jan Opletal, um estudante checo morto pelos nazis. Porém, como esta comemoração foi feita uma semana depois da queda do muro de Berlim, depressa escalou para uma manifestação anti-comunista e pró-nacionalista. O resultado foi o fim da ingerência soviética sobre a Checoslováquia, a eleição de Vaclav Havel como presidente do país à luz da democracia, e a divisão posterior do país em dois: República Checa e Eslováquia.
Há, no entanto, um factor determinante na Revolução de Veludo e do qual nenhum historiador e politólogo menciona: Erasmus.
Dois anos antes, em 1987, foi criado pela União Europeia o Programa Erasmus, para promover a mobilidade dos estudantes universitários dentro do solo europeu.
Ao que tudo indica, as universidades de Bratislava e Praga mantinham reuniões secretas desde, precisamente, 1987, com o intuito de abrir as fronteiras aos estudantes da Europa. Havia, inclusive, preferência para os estudantes da Europa do Sul, corroborada pelo ponto 1. do Manifesto As Checas preferem os morenos:
«1. Queremos abrir-nos a portugueses, espanhóis e italianos. Precisamos de pessoas com lábia - já estamos fartas de acção, primeiro com os panzers alemães, depois com os bêbedos dos soviéticos.»
E foi sob este espírito que os estudantes checoslvacos engendraram a sua revolução sexual, sob a máscara do combate ao comunismo e, em 17 de Novembro de 1989, iniciaram a sua "Revolução de Veludo".
Aliás, este movimento tomou esta designação para confundir os estudantes oriundos da Europa do Sul. Eu passei dois semestres em Brno e, ainda hoje, não sei se quem me passou chatos foi a Ruzena ou os lençóis de veludo.
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