terça-feira, 28 de outubro de 2014
Pesca e Budismo: um estudo comparativo
Pesca e Budismo têm muito em comum, quer no que toca a doutrina, quer no que diz respeito a práticas.
Queria começar por dizer que percebo tanto de pesca como de budismo, que é o mesmo que dizer: pouco. Estava para escrever 'nada', mas seria muito forte.
Dito isto, vejamos os pontos em que os dois hobbies se tocam:
- Paciência, uma vez que os seus praticantes sabem que os resultados não são imediatos. Não é recomendado para quem tem um João Baião dentro de si e, muito menos, para quem faz merda constantemente e procura o perdão imediato. A estes últimos aconselho o catolicismo: adultério, gatunagem e homicídio são perdoados ou com uma confissão, ou com uma esmola, ou com um puto, dos que gostem menos. Também podem enveredar pela política, onde não há questões de consciência.
- Irracionalidade, e aqui não sucumbo ao facilitismo de dizer que são práticas estúpidas, como dizem alguns ignóbeis. Uma coisa é ser estúpido, outra é ser irracional. O meu primo Luís é estúpido, porque nasceu assim, e irracional, por opção; baba-se naturalmente, e não usa máscara, que era a única forma de ninguém ver, por opção. A pesca é muito assim: as pessoas podem ficar na cama até mais tarde ao Domingo de manhã, mas optam por levantar-se às 4 da matina, vão para junto de sítios com água, a sentir a humidade ainda em estado sólido a entrar pelas narinas e meter a mão em baldes de bichas viscosas. O budismo não lhe fica atrás: as pessoas escolhem permanecer debaixo de árvores em meditação. Ora, passaram mais ou menos 300 ou 400 anos desde que Isaac Newton provou que existem coisas bem mais úteis para fazer debaixo de uma árvore do que meditar.
- Finalidade, ambos têm um propósito: o alcance do Nirvana, para os budistas, e meia dúzia de robalos, para os pescadores, só para poderem provar às mulheres o porquê de terem saído tão cedo de casa, com dois amigos, rumo à ria de Aveiro. Os robalos afastam qualquer indício de homossexualidade.
- São bons para gordos. O budismo é uma prática filosófico-religiosa que se pode fazer parado, sem necessidade de sair de casa para ir a missas, ou em peregrinação a Fátima dar cabo dos joelhos, ou rebentar com autocarros em Telavive. O seu grande ícone é Buda, de vastas carnes - o grande enfardador. Já a pesca, como é considerada um desporto, é a actividade física de sonho para os badochas: permanecem quietinhos, sentados numa cadeira e a mamar minis o dia inteiro.
- Karma, a ideia de que o que se faz é retribuído de igual forma. É o mesmo que dizer que não vale a pena dizerem que meditam só para parecerem profundos, para deleite de meninas incautas, quando, na realidade continuam a roubar dinheiro da carteira das mães e a serem pretenciosos no Facebook. Mais tarde, essa profundidade será testada nos WC's da prisão. É também dizer que, lá por os vossos vizinhos de praia terem apanhado 10 quilos de safio, enquanto vocês pescaram 8 pensos higiénicos e dois preservativos, um deles usado e que foi puxado com tanta tenacidade pelo Manel, que tiveram que desencarcerá-lo da boca dele, isso não é razão para mijarem no balde dos safios dos vizinhos. Eles vão acabar por reparar e, no fim-de-semana seguinte, vão retribuir: a vossa caixa de iscos vai ter uma nova viscosidade, mais consistente e mais castanha.
- Renascimento: aqui é onde se cruzam as doutrinas, mais até do que a sua similitude. Os budistas acreditam na transmutação, na possibilidade de assumirem outras formas de vida até atingirem o nirvana. Deste modo, podem vir a ser papoilas, gagos, o Nuno Eiró e, até, pargos. A intersecção entre pesca e budismo pode ocorrer, exactamente, com pargos - a nadarem livremente no oceano Atlântico numa madrugada de Domingo, depois de terem passado a noite a receber xixi de bêbados e preservativos de casais adolescentes, de terem ido a um baile de máscaras vestidos de, precisamente, preservativos usados; de repente, vislumbram o que lhes parece o pequeno-almoço e, à primeira dentada, vêem-se a sair da água rumo a um antigo balde de tinta, não sem antes repararem num badocha, que se está a debater com a sua máscara entalada na boca.
- Samsara, que é o mesmo que dizer escolher a via do sofrimento. Mais não é o resumo do caminho que budistas e pescadores de fim-de-semana escolhem: levantar cedo, ficar sentado horas a fio com as perninhas à chinês, debitar mantras durante dias até deixar as rãs das redondezas esquizofrénicas, etc. É sofrimento! E a pergunta que se coloca é muito simples: por que razão continuam a fazê-lo? Há todo um mundo a descobrir: dormir; não fazer nenhum; acordar mais cedo e aproveitar o facto de a mulher estar ensonada para experimentar cenas novas. Não é melhor?
Por exemplo, há um indíviduo cantor, que tinha um disco, cuja capa era um puto nu quase a ser pescado. O nome desse álbum era em inglês, mas que em português queria dizer "Esquece". Mais engraçado ainda era que, ao mesmo tempo que se dedicava à pesca, também procurava o Nirvana. O que é que aconteceu? Disse "Esquece" e deu um tiro nos cornos. Nem pesca, nem budismo. E foi o melhor que fez.
Fica o estudo e a oportunidade para todos os budistas e pescadores.
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