Por falar em senhoras que gostaríamos de ver em linhas de comboios, a PruX acaba de publicar a autobiografia de Isabel Jonet - Orgulho e Preconceito.
Vejamos esta belíssima passagem, em que Isabel fala da sua missão:
"Ninguém é educado para a fome. Aliás, na Quinta da Marinha, onde cresci, existem muros enormes e cães alimentados a estômagos vazios, que não permitem que a fome entre na nossa educação.
Provavelmente, até foi por isso que aceitei o desafio de liderar o Banco Alimentar: para eliminar esse flagelo que são as pessoas com fome.
Este é o momento de dizer: Basta!
No colégio fui vítima de bullying porque os meus colegas ouviram-me a tratar por tu a minha mãe. Foi um lapso que só ocorreu uma única vez e eles não perdoaram.
E o bullying continua. Agora, sempre que tenho um evento de distribuição de comida, sinto-me a gorda da turma. Eu, que até já cortei em tudo o que é hidratos! Mas as pessoas, mesmo vendo que eu me sinto desconfortável, não são capazes de um gesto, dum sorriso... Nada! Uma pessoa pode ter fome, mas ainda assim tem que ser bem-educada.
Ainda noutro dia, fui insultada numa distribuição de comida. A comida estava pronta para ser entregue aos coitaditos, mas era preciso que a comunicação social tirasse umas fotos comigo em frente às paletes. Primeiro, quis ver como tinha ficado em todas as fotos; depois, obriguei todos os fotógrafos a trabalharem as fotos em Photoshop, de modo a parecer mais magra; no fim, começo a ser insultada. É um escândalo!
E só não houve violência porque parece que a fome tira força às pessoas. Olhe, aqui está uma grande ideia para o Passos colocar em prática."
Um grande testemunho!
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