Chiça, parece que foi ontem!
Não é que já passaram 5 semanas desde que o Murakami perdeu o prémio nobel?
A PruX oferece hoje um manual que não é automático. Quem disser o contrário é porque é c*brão de O Mário é do Car*lho é um guia de escrita de ficção que é, ao mesmo tempo, um livro de ficção.
Confusos?
Eu também!
Vou tentar explicar. Trata-se de um almanaque que explica em 12 passos como deixar um leitor agarrado à ficção:
1. Gancho: prender logo o leitor, escondendo uma substância aditiva na página da dedicatória, por exemplo, besuntá-la com LSD.
2. Filtros: ter duas páginas com picotado para filtros porque dá bué estilo ler e fumar.
3. Enfrentar o elefante: o livro deve deixar o leitor desconfortável e a ter que enfrentar o elefante na sala. Com a substância do ponto 1 a fazer efeito será mais fácil, e é muito giro ver elefantes magenta a voar numa sala de 12 metros quadrados.
4. Fornecer oásis literários: depois do impacto inicial, o leitor deve sentir que teve um benefício por ter enfrentado o elefante, como caminhar por um deserto e encontrar finalmente água.
5. Esquecer o elefante: incluir uma história ainda mais espatafúrdia sob pena de o leitor ainda vai estar a olhar para o elefante voador; ou pior, deixar o livro de lado para lamber rodapés. Aconselha-se o uso de onomatopeias para assustar o leitor, como rangidos desconhecidos ou sons de passos.
6. Água: não se esqueça de continuar a repor os níveis de sais minerais do leitor.
7. Entrar em mundos desconhecidos: fornecer pistas e pequenos vislumbres do desconhecido. O rangido vinha da porta da cozinha que era alérgica ao vento da marquise. Já o som de passos era de uma colónia de formigas que vivia debaixo do tapete da sala e estavam a coreografar Fred Astaire junto do microfone do Singstar.
8. Água: nunca esquecer a água, essencial para quem pratica maratonas de leitura.
9. Êxtase final: onde tudo se liga. O leitor chega à conclusão que está tudo conectado: o rangido da porta e o sapateado das formigas estão a deixá-lo maluco. Pega no fio que estava a prender o elefante e solta-o sobre as formigas. Antes de falecerem, as formigas ainda gozam com a cor do paquiderme e este, envergonhado, destrói a porta da cozinha, antes de se atirar pela janela da marquise, levando com ele todo o vento. O leitor não sente aragem nenhuma. O elefante ficou com todos os tipos de vento dentro dele. O leitor esconde-se na casa de banho aterrorizado porque causou o fim do vento. Desmaia junto do bidé com o microfone do Singstar na mão, ao som das Amarguinhas.
10. Recobro: o leitor acorda e não sabe em que lugar está. Tem apenas sede.
11. Sentimento de viagem: o livro tem que fazer com que o leitor sinta que fez uma viagem para o desconhecido, mesmo que seja para as traseiras de um bidé, ou um consultório clandestino em Banguecoque com um rim a menos.
12. O bom medo de regressar: por último, o livro tem que fazer o leitor sair de casa para procurar outro livro que alimente o seu vício. Tem que o fazer entrar numa livraria e perguntar por outro livro do mesmo autor e não se importar de estar nu e a coçar-se todo.
Não é que já passaram 5 semanas desde que o Murakami perdeu o prémio nobel?
A PruX oferece hoje um manual que não é automático. Quem disser o contrário é porque é c*brão de O Mário é do Car*lho é um guia de escrita de ficção que é, ao mesmo tempo, um livro de ficção.
Confusos?
Eu também!
Vou tentar explicar. Trata-se de um almanaque que explica em 12 passos como deixar um leitor agarrado à ficção:
1. Gancho: prender logo o leitor, escondendo uma substância aditiva na página da dedicatória, por exemplo, besuntá-la com LSD.
2. Filtros: ter duas páginas com picotado para filtros porque dá bué estilo ler e fumar.
3. Enfrentar o elefante: o livro deve deixar o leitor desconfortável e a ter que enfrentar o elefante na sala. Com a substância do ponto 1 a fazer efeito será mais fácil, e é muito giro ver elefantes magenta a voar numa sala de 12 metros quadrados.
4. Fornecer oásis literários: depois do impacto inicial, o leitor deve sentir que teve um benefício por ter enfrentado o elefante, como caminhar por um deserto e encontrar finalmente água.
5. Esquecer o elefante: incluir uma história ainda mais espatafúrdia sob pena de o leitor ainda vai estar a olhar para o elefante voador; ou pior, deixar o livro de lado para lamber rodapés. Aconselha-se o uso de onomatopeias para assustar o leitor, como rangidos desconhecidos ou sons de passos.
6. Água: não se esqueça de continuar a repor os níveis de sais minerais do leitor.
7. Entrar em mundos desconhecidos: fornecer pistas e pequenos vislumbres do desconhecido. O rangido vinha da porta da cozinha que era alérgica ao vento da marquise. Já o som de passos era de uma colónia de formigas que vivia debaixo do tapete da sala e estavam a coreografar Fred Astaire junto do microfone do Singstar.
8. Água: nunca esquecer a água, essencial para quem pratica maratonas de leitura.
9. Êxtase final: onde tudo se liga. O leitor chega à conclusão que está tudo conectado: o rangido da porta e o sapateado das formigas estão a deixá-lo maluco. Pega no fio que estava a prender o elefante e solta-o sobre as formigas. Antes de falecerem, as formigas ainda gozam com a cor do paquiderme e este, envergonhado, destrói a porta da cozinha, antes de se atirar pela janela da marquise, levando com ele todo o vento. O leitor não sente aragem nenhuma. O elefante ficou com todos os tipos de vento dentro dele. O leitor esconde-se na casa de banho aterrorizado porque causou o fim do vento. Desmaia junto do bidé com o microfone do Singstar na mão, ao som das Amarguinhas.
10. Recobro: o leitor acorda e não sabe em que lugar está. Tem apenas sede.
11. Sentimento de viagem: o livro tem que fazer com que o leitor sinta que fez uma viagem para o desconhecido, mesmo que seja para as traseiras de um bidé, ou um consultório clandestino em Banguecoque com um rim a menos.
12. O bom medo de regressar: por último, o livro tem que fazer o leitor sair de casa para procurar outro livro que alimente o seu vício. Tem que o fazer entrar numa livraria e perguntar por outro livro do mesmo autor e não se importar de estar nu e a coçar-se todo.
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